O que é uma startup?
O termo startup está
muito em moda ultimamente, mas afinal de conta, o que é uma startup?
Tudo começou durante a época que chamamos de bolha da Internet, entre 1996 e
2001. Apesar de usado nos EUA há várias décadas, só na bolha ponto-com o termo startup começou
a ser usado por aqui. Significava um grupo de pessoas trabalhando com uma ideia
diferente que, aparentemente, poderia fazer dinheiro. Além disso, startup
sempre foi sinônimo de iniciar uma empresa e colocá-la em funcionamento.
O que os investidores chamam de startup?
Muitas pessoas dizem que qualquer pequena
empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup.
Outros defendem que uma startup é uma empresa com custos de manutenção muito
baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros
cada vez maiores. Mas há uma definição mais atual, que parece satisfazer a
diversos especialistas e investidores: uma startup é um grupo de pessoas à
procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em
condições de extrema incerteza.
Apesar de curta, essa definição
envolve vários conceitos:
§
Um
cenário de incerteza significa que não há como afirmar se aquela ideia e
projeto de empresa irão realmente dar certo – ou ao menos se provarem
sustentáveis;
§
O modelo
de negócios é como a startup gera valor – ou seja, como transforma seu trabalho
em dinheiro. Por exemplo, um dos modelos de negócios do Google é cobrar por
cada click nos anúncios mostrados nos resultados de busca – e esse modelo
também é usado pelo Buscapé.com. Um outro exemplo seria o modelo de negócio de
franquias: você paga royalties por uma marca, mas tem acesso a uma receita de
sucesso com suporte do franqueador – e por isso aumenta suas chances de gerar
lucro;
§
Ser
repetível significa ser capaz de entregar o mesmo produto novamente em escala
potencialmente ilimitada, sem muitas customizações ou adaptações para cada
cliente. Isso pode ser feito tanto ao vender a mesma unidade do produto várias
vezes, ou tendo-os sempre disponíveis independente da demanda. Uma analogia
simples para isso seria o modelo de venda de filmes: não é possível vender a
mesmo unidade de DVD várias vezes, pois é preciso fabricar um diferente a cada
cópia vendida. Por outro lado, é possível ser repetível com o modelo
pay-per-view – o mesmo filme é distribuído a qualquer um que queira pagar por
ele sem que isso impacte na disponibilidade do produto ou no aumento
significativo do custo por cópia vendida;
§
Ser
escalável é a chave de uma startup: significa crescer cada vez mais, sem que
isso influencie no modelo de negócios. Crescer em receita, mas com custos crescendo
bem mais lentamente. Isso fará com que a margem seja cada vez maior, acumulando
lucros e gerando cada vez mais riqueza.
Os passos seguintes
É justamente por esse ambiente de incerteza (até que o
modelo seja encontrado) que tanto se fala eminvestimento para startups –
sem capital de risco, é muito difícil persistir na busca pelo modelo de
negócios enquanto não existe receita. Após a comprovação de que ele
existe e a receita começar a crescer, provavelmente será necessária uma nova
leva de investimento para essa startup se
tornar uma empresa sustentável. Quando se torna escalável, a startup deixa de
existir e dá lugar a uma empresa altamente lucrativa. Caso contrário, ela
precisa se reinventar – ou enfrenta a ameaça de morrer prematuramente.
Startups são somente empresas de
internet? Não
necessariamente. Elas só são mais frequentes naInternet porque é
bem mais barato criar uma empresa de software do que uma de agronegócio ou
biotecnologia, por exemplo, e a web torna a expansão do
negócio bem mais fácil, rápida e barata – além da venda ser repetível. Mesmo
assim, um grupo de pesquisadores com uma patente inovadora pode também ser uma
startup – desde que ela comprove um negócio repetível e escalável.
Por Yuri
Gitahy no Portal Exame
25% dos consumidores não recebem sorriso no atendimento
De acordo com a
oitava edição do estudo global Smiling Report, houve uma queda de 10% na
qualidade do atendimento em relação à ultima pesquisa realizada
O setor de saúde e beleza foi o que teve o melhor
desempenho
Rio de Janeiro - Cerca de um quarto dos consumidores não receberam sorrisos
durante o atendimento em 2011. É o que aponta a oitava edição do estudo global
Smiling Report, conduzido pela Better Business World Wide em 32 países. O resultado é
produto da avaliação de mais de 1,6 milhão de clientes ocultos e indica queda
de 10% na qualidade do atendimento, em relação ao último período em que a
pesquisa foi produzida, entre 2004 e 2007.
Paquistão foi o país com o menor índice de
sorrisos (37%), enquanto Áustria e Paraguai lideram com 96% cada. Dividem a
segunda posição Islândia e Ucrânia, ambas com 93%. Em 2011, 79% dos clientes
ocultos foram cumprimentados e 45% receberão sugestões dos vendedores durante a
compra.
O setor de saúde e beleza foi o que teve o melhor
desempenho, com média de 89%, seguido por hotelaria (85%). A indústria do
transporte apresentou o resultado mais baixo, com 51% de sorrisos. O estudo
também avaliou que, ao longo de 2011, foram realizadas 45% de “vendas casadas”,
a partir da sugestão dos vendedores. Letônia e Colômbia tiveram os melhores
índices nessa variável, com 90% e 74%, respectivamente.
Os países com o desempenho mais baixo nesse quesito
foram Chipre (15%), Grécia (22%) e Suécia (23%). Na análise das categorias, o
setor automobilístico se destacou no campo das sugestões, com índice de 64%,
seguido por transportes (44%), varejo (43%) e lazer (38%). No Brasil, a
pesquisa foi realizada por meio da Shopper Experience.
O que impulsiona e o que empaca sua carreira
Em pesquisa, aspectos comportamentais lideram lista de atributos
essenciais para o crescimento na carreira
São Paulo – Um
currículo de tirar o fôlego até pode impressionar o recrutador, mas, no dia a
dia corporativo, os traços comportamentais do profissional são determinantes
para o crescimento na carreira. Pelo menos, é o que indica levantamento recente
feito pela consultoria Lab SSJ.
Pesquisa recente da
Harvard Business Review comprova esse achado: dos 50 presidentes de empresas
que tiveram o melhor desempenho na América Latina entre 1995 e 2009,
apenas 12 fizeram um curso de MBA.
Para saber quais são
os aspectos mais decisivos para crescimento na carreira no Brasil, o Lab SSJ
consultou executivos de 32 empresas e pediu para eles avaliarem 12 traços
apontados como importantes para o desenvolvimento profissional em pesquisas
internacionais.
A principal
conclusão? “O que conta mais para um líder tocar um negócio, uma equipe e
outros projetos são as habilidades de comunicação dele”, afirma Carolina
Correa, gerente de mercado da consultoria.
O
que impulsiona
1. Saber ouvir (75%) e se comunicar bem (67%)
1. Saber ouvir (75%) e se comunicar bem (67%)
Comunicar-se bem é
essencial para crescer na carreira, “saber ouvir” deve ser o alicerce desse
traço comportamental. “Quando você tem esse tipo de habilidade, você entende o
que o outro quer dizer, tira o melhor daquela informação e soma com o que você
já sabe”, diz Carolina. “Você considera o que está sendo dito e consegue se
posicionar melhor”.
Os benefícios dessa
postura vão desde o garimpo de novas (e boas) ideias coletivas, passando pelo
estabelecimento de relações de confiança até fortalecimento do poder de
influência sobre os demais funcionários.
Ser um bom orador conta, mas não é tudo. As boas habilidades de
comunicação se revelam em saber se posicionar na hora certa, ser claro e saber
entregar a mensagem. Atributos essenciais para quem, um dia, mira liderar
pessoas.
2. Assumir
riscos
Quanto maior o risco,
maiores os ganhos. O conceito base do mercado financeiro também é requerido
para boa parte dos cenários corporativos. E quanto mais elevada sua posição na
hierarquia, maior a exigência por esse tipo de traço comportamental.
“Se você prefere a
zona de conforto, se contenta em passar o dia carimbando notas fiscais, por que
irá questionar as estratégias da companhia?”, diz Carolina. “Quem está disposto
a assumir riscos abre caminho para fazer um trabalho melhor e para a inovação”,
diz a especialista.
3. Lidar com a
diversidade (50%)
Com um mercado cada
vez mais complexo, saem na frente companhias (e equipes) que apostarem na
convergência de diferentes visões. “Ou você pega os pontos positivos da
diversidade e a equipe fica mais completa, ou você é condenado à mesmice”, diz
Carolina.
Segundo a pesquisa,
profissionais que saibam lidar e conciliar essas diferentes visões são os que
mais chances tem de crescer na carreira. “Pensar igual sempre limita a sua
inserção num pensamento mais global e amplo”, diz a especialista.
4. Saber
influenciar (47%)
A exemplo de gente
como Steve Jobs, da Apple, e o comandante Rolim, da TAM, ter o poder de
inspirar (e influenciar) outras pessoas é quase uma senha secreta para o
sucesso. “É essencial saber ativar as pessoas da forma certa para alcançar
objetivos que serão bons para todos. Pessoas que sabem influenciar conseguem
tocar projetos que fluem e geram um ambiente de colaboração”, diz Carolina.
5. Entender do
negócio, 43%
"As habilidades
técnicas não estão no topo, mas cada vez que sobe na hierarquia, você faz menos
trabalhos operacionais, pensa e age mais estrategicamente”, diz a especialista.
A base para esse
pensamento estratégico deve ser uma compreensão profunda e madura do negócio
que você está inserido. Isso significa saber tudo sobre a concorrência,
perspectivas de mercado e possibilidades para a própria companhia, entre outros
fatores.
O
que trava a carreira
Por outro lado, não
se engajar, não saber trabalhar em equipe e gaguejar metaforicamente na hora de
se comunicar são os fatores apontados para travar a carreira. Confira:
1. Falta de
comprometimento (73%)
2. Ser arrogante (67%)
3. Ser individualista (53%)
4. Ter pouca habilidade para se comunicar (50%)
5. Ser centralizador (43%)
6. Ser imaturo (43%)
2. Ser arrogante (67%)
3. Ser individualista (53%)
4. Ter pouca habilidade para se comunicar (50%)
5. Ser centralizador (43%)
6. Ser imaturo (43%)
Comprar a vista sempre: parcelas empobrecem....
A tradição das religiões não permite incorporar algumas modernidades, situações novas com as quais os antigos não conviviam. Infelizmente não podemos criar mandamentos que eliminariam imenso sofrimento humano, que reduziriam inúmeros conflitos familiares modernos, que devolveriam paz de espírito a muitos seres humanos. Se pudéssemos, eu proporia um
décimo primeiro mandamento: "Jamais comprarás a prazo".
O endividamento pessoal, o crediário sem fim e as compras a prazo deturpam a condição humana. O trabalho se torna uma obrigação, a de saldar as dívidas do consumo, em vez do contrário: O consumo deveria ser a recompensa merecida pelo trabalho bem feito.
"Curta hoje, pague depois", tornou-se o novo lema do consumismo mundial, uma inversão da ética milenar de colocar o sacrifício antes do prazer.
Talvez por isso somos um povo eternamente endividado, pendurado. Poupamos pouco, investimos menos ainda. Não é à toa que para muitos trabalhar é um fardo. O prazer veio antes.
A desculpa de "se eu não comprar a prazo jamais comprarei algo" não convence, porque comprando a prazo você estará pagando muito mais pelo mesmo produto, acrescidos de juros e inúmeros outros custos adicionais.
Se você depositar todo mês numa aplicação de renda fixa o valor equivalente ao que seria o da prestação, depois de dezoito meses terá entre 50% e 100% de rendimento a seu dispor, dependendo das taxas de juros do momento.
A questão nunca está entre comprar e não comprar, mas entre receber a mercadoria já, pagando prestações e juros no futuro, e poupar e comprar no futuro, à vista, com desconto e tudo mais. Não são os pobres que compram a prazo, é a compra a prazo que os deixa mais pobres. Compre a prazo e você ficará eternamente pendurado. Compre à vista e estará eternamente livre dos juros do crediário.
décimo primeiro mandamento: "Jamais comprarás a prazo".
O endividamento pessoal, o crediário sem fim e as compras a prazo deturpam a condição humana. O trabalho se torna uma obrigação, a de saldar as dívidas do consumo, em vez do contrário: O consumo deveria ser a recompensa merecida pelo trabalho bem feito.
"Curta hoje, pague depois", tornou-se o novo lema do consumismo mundial, uma inversão da ética milenar de colocar o sacrifício antes do prazer.
Talvez por isso somos um povo eternamente endividado, pendurado. Poupamos pouco, investimos menos ainda. Não é à toa que para muitos trabalhar é um fardo. O prazer veio antes.
A desculpa de "se eu não comprar a prazo jamais comprarei algo" não convence, porque comprando a prazo você estará pagando muito mais pelo mesmo produto, acrescidos de juros e inúmeros outros custos adicionais.
Se você depositar todo mês numa aplicação de renda fixa o valor equivalente ao que seria o da prestação, depois de dezoito meses terá entre 50% e 100% de rendimento a seu dispor, dependendo das taxas de juros do momento.
A questão nunca está entre comprar e não comprar, mas entre receber a mercadoria já, pagando prestações e juros no futuro, e poupar e comprar no futuro, à vista, com desconto e tudo mais. Não são os pobres que compram a prazo, é a compra a prazo que os deixa mais pobres. Compre a prazo e você ficará eternamente pendurado. Compre à vista e estará eternamente livre dos juros do crediário.
Quando se compra a prazo, paga-se por muitos custos adicionais, além dos juros, algo que nossos professores não ensinam. Comprando à vista, uma série de despesas se torna desnecessária, barateando o custo do produto.
Comprando em dez prestações, você está pagando por dez notas promissórias e dez lançamentos que precisam ser contabilizados e registrados. Cada vez que você paga uma prestação, um funcionário tem de receber e contar o dinheiro, um contador precisará dar baixa na prestação, um recibo deverá ser emitido e assinado. Tudo isso tem um custo. Além do mais, há o custo do centro de atendimento de crediário. Nada disso é necessário quando você compra à vista.
Existe ainda o custo da pesquisa de crédito: alguém tem de telefonar para seu empregador, seus antigos credores, para o serviço de proteção ao crédito e assim por diante. Chamam a isso custo de abertura de crédito. E quem paga é você.
Muita gente acaba não saldando as prestações, e o pior da compra a prazo é que você terá de pagar por esses caloteiros. De 3% a 8% dos devedores nunca quitam suas dívidas, e quem paga é você. Isso é uma enorme injustiça, os bons pagadores acabam pagando pelos maus pagadores. Como nunca se sabe de antemão quem vai dar o calote ou não, não há outro remédio a não ser incluir o custo no preço pago por todos.
Inadimplência não é o único custo que se tem quando se compra a prazo, existem ainda milhares de devedores que atrasam o pagamento. Embora não sejam exatamente caloteiros, acabam incorrendo em outros custos, dos cobradores, dos advogados, das cartas de aviso, e quem paga novamente é você, pagador pontual.
Todos esses custos estão embutidos nos juros cobrados, o que gera algumas conclusões equivocadas por parte de certos economistas, jornalistas e políticos que acusam o comércio, os bancos e os cartões de crédito de cobrar juros abusivos. Esquecem que os "juros" são na realidade a soma de juros mais todas essas despesas.
Além de tudo isso, a compra a prazo provoca um senso de superioridade incompatível com sua produtividade, uma ostentação acima de sua capacidade de produção. Na compra de um imóvel não há alternativa a não ser o plano a prazo, mas na compra de um eletrodoméstico há. Para sua felicidade e de sua família, incorpore mais um lema em sua vida: compre à vista.
Stephen Kanitz é administrador (www.kanitz.com.br)
Artigo Publicado na Revista Veja, edição 1742, ano 35, nº 10, 13 de março de 2002, página 20.
Artigo Publicado na Revista Veja, edição 1742, ano 35, nº 10, 13 de março de 2002, página 20.
Facebook obtém sucesso com Timeline para marcas
São Francisco - Os esforços do
Facebook com o objetivo de transformar sua rede social num local mais amigável
para negócios e marcas célebres tiveram um início positivo, disse a empresa.
Oito milhões de marcas, de montadoras
de carros a bandas de rock, fizeram a mudança para o novo formato de página do
Facebook dez dias após a mudança ter sido apresentada num evento de lançamento
em Nova York no mês passado, disse a rede social.

Alguns executivos dizem que as novas
ofertas de anúncios que fazem uso das novas capacidades do website os estão
auxiliando a alcançar novos públicos por meio da rede social de 845 milhões de
membros.
"Se há uma mensagem específica
que queremos transmitir, sabemos que isso garante que ela chegará a eles",
disse o diretor de estratégia Steve Baer, da agência de marketing digital de
Nova York Code and Theory, que recentemente organizou uma campanha paga para o
refrigerante Dr. Pepper que fazia uso dos novos anúncios do Facebook.
As manobras da rede social para se
aproximar das grandes marcas de consumo são parte importante de seus esforços
para elevar sua receita enquanto a empresa se prepara para uma oferta pública
inicial (IPO) que pode valorar a empresa, que já existe há oito anos, em até
100 bilhões de dólares.
Um dos desafios mais importantes do
Facebook é convencer empresários a gastar dinheiro anunciando em seu serviço ao
invés de usar a rede social como uma ferramenta de promoção gratuita, dizem
analistas e observadores do mercado.
O Facebook está mirando seus novos
serviços de anúncios em direção a marcas conhecidas como o Dr. Pepper, que
conseguiu mais de 11 milhões de "fãs" em sua página, mas que não
promoveu muitos anúncios na rede social, de acordo com Baer. Fonte: Info
A riqueza em forma de felicidade
Por Guilherme Mazui
Um pequeno reino encrustado na cordilheira do Himalaia vê o dinheiro como coadjuvante. No Butão, o importante é ser feliz. Tanto que o país trocou o conceito de Produto Interno Bruto (PIB) pelo de Felicidade Interna Bruta (FIB). O exemplo integra os esforços para que o mundo adote índices menos materialistas e mais sustentáveis para avaliar o seu desenvolvimento.
A ideia do Butão não é nova — está em vigor desde os anos 70 —, mas continua atual. A Organização das Nações Unidas (ONU) lidera uma discussão para encontrar um modelo capaz de aprimorar o PIB (a soma das riquezas de um país, Estado ou cidade) e o IDH, o Índice de Desenvolvimento Humano, que engloba economia, expectativa de vida e educação.
— Estamos acostumados com avaliações que não contemplam os interesses das pessoas e a sustentabilidade — diz o doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia (Polônia), Ladislau Dowbor.
Ex-professor da Universidade de Coimbra e consultor de agências da ONU, Dowbor considera o PIB uma “contabilidade clamorosamente deformada” e sente falta no IDH de temas como segurança e meio ambiente.
— São Paulo é uma cidade com mais de 7 milhões de veículos. Para o PIB é bom, vende carro, aquece a economia, mas polui e prejudica a mobilidade. Outro exemplo: em um desastre ambiental, o recurso gasto na recuperação eleva o PIB — completa Dowbor, que leciona na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
O Brasil é um bom exemplo para apontar a necessidade de novos indicadores. É o que deixa claro o questionamento de Mauricio Broinzini Pereira, coordenador-executivo da Rede Nossa São Paulo, movimento que promove análises mais abrangentes de São Paulo.
— O Brasil é a sexta economia do mundo, mas qual é a nossa qualidade de vida?
O cerne desta questão fez a França iniciar em 2008 um trabalho de revisão dos seus indicadores, baseada no relatório da Comissão Stiglitz, feito a pedido do presidente Nicolas Sarkozy. Liderado pelo americano Joseph Stiglitz, Nobel de Economia, o grupo referendou a necessidade de casar economia, ambiente, bem-estar e qualidade de vida nas estatísticas que apontam o desenvolvimento nacional.
Os ensinamentos do relatório Stiglitz e outras práticas adotadas pelo mundo serão discutidos nesse ano pela ONU para acelerar a criação dos novos índices, movimento que pode ter a ajuda da Rio+20, prevista para junho. Rever as estatísticas está no caminho da economia verde.
Até o momento, pelo conceito e efeito prático na vida da população, o modelo do Butão se assemelha mais ao que a ONU procura. País de PIB reduzido, é o lar de 700 mil pessoas que vivem com baixos índices de analfabetismo, miséria e fome. O FIB adotado pelo reino asiático leva em conta nove itens. Cultura, educação, saúde, uso do tempo, padrão de vida e ambiente integram o grupo (confira abaixo), que ainda envolve um aspecto chamado “bem-estar psicológico”. Explica o consultor empresarial Vicente Gomes, especializado em FIB:
— É o que os cientistas tratam por felicidade. Avalia a satisfação do cidadão sobre sua própria vida. O FIB coloca o homem no centro da avaliação.
Entenda o FIB
O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) nasceu em 1972, no Butão, elaborado pelo então rei Jigme Singye Wangchuck, com ajuda do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O FIB entende que o objetivo de uma sociedade não pode ficar restrito ao crescimento econômico, mas deve integrar finanças e qualidade de vida. Sua avaliação é feita em cima de nove dimensões.
:: Bem-estar psicológico – Avalia o grau de satisfação e de otimismo que as pessoas têm em relação a sua própria vida. Os indicadores incluem taxas de emoções positivas e negativas, analisam a autoestima, sensação de competência, estresse e atividades espirituais.
:: Saúde – Mede a eficácia das políticas de saúde. Usa critérios como autoavaliação dos serviços oferecidos, invalidez, padrões de comportamento arriscados, exercícios, sono, nutrição etc.
:: Resiliência ecológica – Mede a percepção dos cidadãos quanto à qualidade da água, do ar, do solo e da biodiversidade. Os indicadores incluem acesso a áreas verdes, sistema de coleta de lixo etc.
:: Governança – Avalia como a população enxerga o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eleitoral e a segurança pública em termos de responsabilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos.
:: Padrão de vida – Avalia a renda individual e familiar, a segurança financeira, a qualidade das habitações etc.
:: Uso do tempo – Apura como as pessoas dividem seu tempo. Leva em conta as horas dedicadas ao lazer e socialização com amigos e família, além de tempo no trânsito, no trabalho, nas atividades educacionais etc.
:: Vitalidade comunitária – Foca nos relacionamentos das pessoas dentro das suas comunidades. Examina o nível de confiança, a sensação de pertencimento, a vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e na comunidade, além das práticas de doação e voluntariado.
:: Educação – Leva em conta fatores como participação na educação formal e informal, envolvimento na educação dos filhos, valores em educação, ambiente etc.
:: Cultura – Avalia as tradições locais, festivais, participação em eventos culturais, oportunidades das pessoas para desenvolver capacidades artísticas, além da discriminação por religião, raça ou gênero.
Um pequeno reino encrustado na cordilheira do Himalaia vê o dinheiro como coadjuvante. No Butão, o importante é ser feliz. Tanto que o país trocou o conceito de Produto Interno Bruto (PIB) pelo de Felicidade Interna Bruta (FIB). O exemplo integra os esforços para que o mundo adote índices menos materialistas e mais sustentáveis para avaliar o seu desenvolvimento.
A ideia do Butão não é nova — está em vigor desde os anos 70 —, mas continua atual. A Organização das Nações Unidas (ONU) lidera uma discussão para encontrar um modelo capaz de aprimorar o PIB (a soma das riquezas de um país, Estado ou cidade) e o IDH, o Índice de Desenvolvimento Humano, que engloba economia, expectativa de vida e educação.
— Estamos acostumados com avaliações que não contemplam os interesses das pessoas e a sustentabilidade — diz o doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia (Polônia), Ladislau Dowbor.
Ex-professor da Universidade de Coimbra e consultor de agências da ONU, Dowbor considera o PIB uma “contabilidade clamorosamente deformada” e sente falta no IDH de temas como segurança e meio ambiente.
— São Paulo é uma cidade com mais de 7 milhões de veículos. Para o PIB é bom, vende carro, aquece a economia, mas polui e prejudica a mobilidade. Outro exemplo: em um desastre ambiental, o recurso gasto na recuperação eleva o PIB — completa Dowbor, que leciona na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
O Brasil é um bom exemplo para apontar a necessidade de novos indicadores. É o que deixa claro o questionamento de Mauricio Broinzini Pereira, coordenador-executivo da Rede Nossa São Paulo, movimento que promove análises mais abrangentes de São Paulo.
— O Brasil é a sexta economia do mundo, mas qual é a nossa qualidade de vida?
O cerne desta questão fez a França iniciar em 2008 um trabalho de revisão dos seus indicadores, baseada no relatório da Comissão Stiglitz, feito a pedido do presidente Nicolas Sarkozy. Liderado pelo americano Joseph Stiglitz, Nobel de Economia, o grupo referendou a necessidade de casar economia, ambiente, bem-estar e qualidade de vida nas estatísticas que apontam o desenvolvimento nacional.
Os ensinamentos do relatório Stiglitz e outras práticas adotadas pelo mundo serão discutidos nesse ano pela ONU para acelerar a criação dos novos índices, movimento que pode ter a ajuda da Rio+20, prevista para junho. Rever as estatísticas está no caminho da economia verde.
Até o momento, pelo conceito e efeito prático na vida da população, o modelo do Butão se assemelha mais ao que a ONU procura. País de PIB reduzido, é o lar de 700 mil pessoas que vivem com baixos índices de analfabetismo, miséria e fome. O FIB adotado pelo reino asiático leva em conta nove itens. Cultura, educação, saúde, uso do tempo, padrão de vida e ambiente integram o grupo (confira abaixo), que ainda envolve um aspecto chamado “bem-estar psicológico”. Explica o consultor empresarial Vicente Gomes, especializado em FIB:
— É o que os cientistas tratam por felicidade. Avalia a satisfação do cidadão sobre sua própria vida. O FIB coloca o homem no centro da avaliação.
Entenda o FIB
O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) nasceu em 1972, no Butão, elaborado pelo então rei Jigme Singye Wangchuck, com ajuda do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O FIB entende que o objetivo de uma sociedade não pode ficar restrito ao crescimento econômico, mas deve integrar finanças e qualidade de vida. Sua avaliação é feita em cima de nove dimensões.
:: Bem-estar psicológico – Avalia o grau de satisfação e de otimismo que as pessoas têm em relação a sua própria vida. Os indicadores incluem taxas de emoções positivas e negativas, analisam a autoestima, sensação de competência, estresse e atividades espirituais.
:: Saúde – Mede a eficácia das políticas de saúde. Usa critérios como autoavaliação dos serviços oferecidos, invalidez, padrões de comportamento arriscados, exercícios, sono, nutrição etc.
:: Resiliência ecológica – Mede a percepção dos cidadãos quanto à qualidade da água, do ar, do solo e da biodiversidade. Os indicadores incluem acesso a áreas verdes, sistema de coleta de lixo etc.
:: Governança – Avalia como a população enxerga o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eleitoral e a segurança pública em termos de responsabilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos.
:: Padrão de vida – Avalia a renda individual e familiar, a segurança financeira, a qualidade das habitações etc.
:: Uso do tempo – Apura como as pessoas dividem seu tempo. Leva em conta as horas dedicadas ao lazer e socialização com amigos e família, além de tempo no trânsito, no trabalho, nas atividades educacionais etc.
:: Vitalidade comunitária – Foca nos relacionamentos das pessoas dentro das suas comunidades. Examina o nível de confiança, a sensação de pertencimento, a vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e na comunidade, além das práticas de doação e voluntariado.
:: Educação – Leva em conta fatores como participação na educação formal e informal, envolvimento na educação dos filhos, valores em educação, ambiente etc.
:: Cultura – Avalia as tradições locais, festivais, participação em eventos culturais, oportunidades das pessoas para desenvolver capacidades artísticas, além da discriminação por religião, raça ou gênero.
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